Biovet esclarece acusação de vacinas antirrábicas inseguras

By Dog Dicas on 3 de dezembro de 2010

Após publicação da Nota Técnica nº 161/2010 dos Ministérios da Saúde e Agricultura, uma série de notícias relatando que o Governo Federal proibiu as vacinas antirrábicas fabricadas pelo laboratório Biovet se espalhou pelos veículos de comunicação brasileiros e, conseqüentemente, pela Internet.

Algumas matérias publicadas, inclusive, chegaram a responsabilizar o fabricante pela morte de dezenas de animais imunizados durante a campanha de vacinação antirrábica, suspensa no país, oficialmente, em outubro de 2010. Diante disso, a Dog Dicas entrou em contato com o Laboratório Biovet para obter uma posição da empresa a respeito do fato e obteve as seguintes informações:

1) De forma transparente, o Laboratório Biovet continua em sintonia com todos os órgãos oficiais competentes para prestar os esclarecimentos necessários à sociedade sobre a qualidade dos lotes/partidas nº 059/2010, 139/2010, 177/2010 e 213/2010 da vacina RAI-PET 25 doses que forneceu à Campanha Nacional de Imunização de Cães e Gatos.

2) Nesse sentido, sobre a NOTA TÉCNICA divulgada em 29/11 pela Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Laboratório Biovet destaca a seguinte informação oficial sobre os eventos adversos relatados na mídia: “Após realização de auditoria no sistema de produção da empresa Biovet, constatou-se que não ocorreram alterações na metodologia de produção e de controle da qualidade que justifiquem o aparecimento desses eventos adversos.”

3) O MAPA informa ainda que, dos quatro lotes/partidas da vacina RAI-PET, 25 doses fornecidos à campanha, apenas um (nº 059/2010) apresentou resultados discrepantes, mas até o momento “não foi possível chegar a uma conclusão sobre o motivo da alteração constatada nessas amostras”.

4) Dessa forma, o Laboratório Biovet volta a informar que a vacina RAI-PET possui licença de fabricação desde o ano de 2003 (no. 8.657), e todos os lotes do produto são aprovados oficialmente, conforme mencionado na referida NOTA TÉCNICA do MAPA: “Vale ressaltar que 100% das partidas da vacina fabricadas e importadas são testadas em laboratórios oficiais antes de serem comercializadas, para avaliação da segurança e eficácia e, na ocasião, não foi detectado nenhum problema no processo produtivo da vacina antirrábica canina.”

5) Por sua vez, o produto RAI-PET apresentado em frasco com uma dose (1 mL) continua com sua comercialização normal.

Para mais informações e esclarecimentos, o Biovet disponibiliza o telefone 0800.055.66.42 para atendimento público.

A história de Laika: progresso ou crueldade?

By Dog Dicas on 28 de novembro de 2010

Laika em testes na pequena cabine que iria ao espaço (foto: reprodução / internet)

Recolher um jovem cão de rua e treiná-lo para uma experiência pública de progresso, que o matará em poucas horas, em condições inóspitas, solitárias, imprevisíveis, apavorantes e sem chance de sobrevivência, lhe parece cruel? Pois foi isso que aconteceu com Laika, uma cadela vira-lata de aproximadamente 2 anos de idade, 6 kg e sem dono, encontrada nas ruas de Moscou.

A história de Laika começa em 14 de outubro de 1957, dez dias após o primeiro satélite artificial (Sputnik 1) ser colocado em órbita, quando, para se provar ao mundo o poder da União Soviética, se ordenou que fosse lançado um satélite com um ser vivo a bordo em comemoração aos 40 anos da Revolução Russa.

Laika passou então a fazer parte de um grupo de dez cães treinados por Oleg Gazenko, no Instituto de Medicina da Força Aérea, para vôos espaciais. Somente três cadelas, Albina, Laika e Mukha, foram escolhidas para passar por treinamentos intensos e estressantes de resistência a vibrações (simulador de vôo), acelerações, cargas G em máquinas centrífugas, altos ruídos e permanência em compartimentos cada vez menores, por até 20 dias. A escolha de fêmeas se deu, entre outros fatores, pelo fato de que, ao contrário dos machos, elas não têm a necessidade de ficar em pé e erguer uma perna para urinar, o que era impossível de ser realizado na pequena cabine pressurizada destinada ao cão dentro da nave. Dentre as três, Laika foi escolhida por sua personalidade tranqüila e paciente.

Laika antes de ser colocada na cabine do Sputnik 2 (foto: reprodução / internet)

No dia 3 de novembro de 1957 (2 de novembro, no Brasil) é lançado então o Sputnik 2, na Rússia, com Laika a bordo. Fixada ao chão da nave com uma espécie de cadeira que a impedia de se movimentar e equipada com um recipiente para armazenar seus excrementos, Laika começa a uivar apavoradamente devido ao barulho ensurdecedor e às vibrações do lançamento. Seu ritmo cardíaco dispara e chega a três vezes acima do normal.

Moscou afirmava ao mundo que em poucos dias Laika retornaria numa cápsula espacial ou em um pára-quedas. Mas apesar do que era divulgado, Moscou sabia, desde o início, que Laika não retornaria com vida de sua missão, pois o Sputnik 2 não possuía tecnologia para regressar à Terra.

Era uma viagem só de ida.

Então, depois de várias especulações sobre o assunto, finalmente foi feito o anúncio oficial de que Laika não mais voltaria, mas morreria sem dor no espaço, após uma semana.

Foto rara feita por um astrônomo amador dos últimos quinze segundos de existência do Sputinik 2 e sua tripulante, morta há meses. (foto: Spacenews.geoman.net)

Deste momento em diante, muitas versões para a morte da solitária tripulante foram apresentadas, inclusive de que que Laika teria morrido após cerca de 10 dias em órbita, através de uma injeção letal. Mas foi somente em 2002, quarenta e cinco anos depois, que Dimitri Malashenkov, um dos cientistas da equipe na época, revelou que Laika morreu devido a um problema na desacoplagem de uma parte do satélite que interrompeu o sistema de controle térmico e, consequentemente, elevou a temperatura interna do Sputinik 2 para 40ºC.

Submetida a um cenário de pânico, calor extremo e desespero, Laika finalmente morreu, entre cinco e sete horas depois do lançamento.

O Sputnik 2 deu 2.570 voltas ao redor da Terra, cerca de 100 milhões de quilômetros, até consumir-se na atmosfera com os restos mortais de Laika, no dia 14 de abril de 1958.

Apesar de sua morte, os cientistas afirmaram que a viagem de Laika possibilitou o conhecimento da reação de um ser vivo em órbita e, conseqüentemente, deu início aos vôos espaciais tripulados por seres humanos.

Laika foi o primeiro ser vivo terrestre a orbitar a Terra. Após sua missão, nenhuma outra foi realizada sem que se tivesse a possibilidade tecnológica de retorno do animal.

Homenagens

Ainda nos dias atuais a história de Laika emociona milhares de pessoas pelo mundo. Desde 1997 Laika possui sua placa em Baikonur, a cidade das estrelas, juntamente com as dos demais cosmonautas mortos. Em 2008, no centro de Moscou, foi inaugurado um monumento de 2 metros de atura próximo ao Instituto de Medicina Militar (onde foram feitos os cruéis testes com o grupo de cães) que consiste numa parte de uma espaçonave no formato de uma mão humana que segura o seu corpo.

Dentre as homenagens pelo mundo todo à Laika estão cadelas com seu nome, selos postais com sua imagem, marcas com seu nome e uma série de produtos com sua foto.

Livro explica a morte dos animais para crianças

By Dog Dicas on 10 de novembro de 2010

"Por que o Elvis não latiu?", explica a morte dos animais para crianças (capa:Tayla Nicoletti)

Dialogar com os pequenos sobre um assunto tão triste e ao mesmo tempo tão complexo: a morte do animal de estimação. Esse é o tema do livro infantil “Por que o Elvis não latiu?”, lançado pela Editora 8Inverso no início de novembro.

Com linguagem poética e palavras fáceis para o público infantil, no decorrer do livro o autor (Robertson Frizero) constrói uma narrativa que aborda aos poucos a questão da morte com as crianças de um modo muito particular, mas sem fugir da realidade.

O livro é uma dica para os pais que têm dificuldade de conversar sobre esse assunto com os filhos, pois também ensina aos adultos como abordar a perda do bichinho de estimação com as crianças, sem mentir ou fazer rodeios.

Prato principal: cachorro

By Fernanda Martins on 16 de novembro de 2009

Eu, como o país inteiro, fiquei perplexa com a descoberta do abatedouro clandestino de cães em São Paulo na semana passada. O casal dono do local foi detido pela polícia por possuir um abatedouro nos fundos de uma borracharia, onde os cães recolhidos da rua eram mantidos em regime de engorda, depois mortos a machadadas e a carne vendida para restaurantes orientais. Em média eram vendidos 10 animais por semana e, como o abatedouro funcionava há cerca de 3 anos, mais de 1400 cachorros foram mortos pelo casal.

Nas culturas orientais, o consumo de carne de cachorro é comum, mas para nós ocidentais é um hábito que causa, no mínimo, estranhamento. No Brasil, por lei, não é permitido matar e comer animais domésticos, como cachorro e gato. E ainda, segundo a lei estadual 11.977, os “animais domésticos, aqueles de convívio do ser humano, dele dependentes, e que não repelem o jugo humano” não podem ser criados para o consumo. A lei também proíbe “a prática de sacrifício de cães e gatos em todos os Municípios do Estado, por métodos cruéis (…) e qualquer outro procedimento que provoque dor, estresse ou sofrimento”. Assim, o casal será acusado por crimes contra o meio ambiente, maus-tratos a animais, crimes contra o consumo e formação de quadrilha.

O consumo dessas carnes traz risco à saúde, uma vez que os animais eram capturados nas ruas e poderiam estar contaminadas por doenças transmissíveis ao homem (zoonoses). As carnes apreendidas no abatedouro e nos restaurantes serão analisadas pela Vigilância Sanitária, que também fará exames de DNA para confirmar a que espécies essas carnes pertencem. Qualquer alimento de origem animal deve sofrer fiscalização sanitária, e, de acordo com o decreto n° 30.691 de 29 de março de 1952 (Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal), a fiscalização deve ser realizada não só antes ou após o abate, mas também em todo o percurso que a carne percorre até o seu destino. Portanto toda carne sem fiscalização, sendo de cachorro ou de outro animal, pode trazer risco à saúde humana.

Deixando de lado as questões sanitárias, um fato nesse caso foi positivo. Finalmente as autoridades brasileiras agiram contra os maus-tratos a cães. Enquanto em outros países existe uma polícia que trabalha somente investigando crimes contra animais, os chamados “animal cops”, aqui no Brasil infelizmente isto está longe de acontecer. Apesar de serem ações tomadas por se tratar de uma carne que pode afetar a saúde pública, de fato houve uma mobilização por parte das autoridades. Quem sabe isto não se torne uma realidade aqui no Brasil e os crimes contra animais, de qualquer espécie, sejam sempre punidos?

Antes de me despedir, gostaria de deixar uma questão a ser refletida. Por que o consumo da carne de cachorro causa espanto e o de outras espécies não? Outros animais, como suínos, bovinos e aves, são abatidos diariamente e fazem parte da alimentação humana sem causar nenhuma repulsa. Por que o abate desses animais, que nem sempre é feito de maneira “correta”, não causa, na maioria das pessoas, o mesmo sentimento que gerou o abate daqueles cães? Será que um dia esses “animais de produção” serão criados, mantidos e abatidos de uma forma que seja realmente humanitária? Eu, particularmente, torço para que esse dia chegue em breve, não só no Brasil, mas em todos os países do mundo.

Boa semana!

O testamento de um cão

By Felipe Lopes on 18 de outubro de 2009

Boxer e dono
O testamento de um cão (foto: Brian Talbot / Flickr)

 

“Minhas posses materiais são poucas e eu deixo tudo para você…

Uma coleira mastigada em uma das pontas, faltando dois botões, uma desajeitada cama de cachorro e uma vasilha de água que se encontra rachada na borda.

Deixo para você a metade de uma bola de borracha, uma boneca rasgada que você vai encontrar debaixo da geladeira, um ratinho de borracha sem apito que está debaixo do fogão da cozinha e uma porção de ossos enterrados no canteiro de rosas e sob o assoalho da minha casinha.

Além disso, eu deixo para você a memória… que aliás são muitas.

Deixo para você a memória de dois enormes e meigos olhos, de uma caudinha curta e espetada, de um nariz molhado e de choradeira atrás da porta.

Deixo para você uma mancha no tapete da sala de estar junto à janela, quando muitas vezes eu me apropriava daquele lugar, como se fosse meu, e me enrolava feito uma bolinha para pegar um pouco de sol.

Deixo para você um tapete esfarrapado em frente da TV, o qual nunca foi consertado com o tipo de linha certa… isso é verdade. Eu o mastiguei todinho, quando ainda tinha cinco meses de idade, lembra?

Deixo para você um buraco que fiz no jardim perto da varanda da frente, onde eu enfiava a cara naqueles dias quentes. Ele deve estar cheio de folhas e por isso talvez você tenha dificuldades em encontrá-lo. Sinto muito.

Deixo também só para você, o barulho que eu fazia ao correr, quando íamos sair para passear.

Deixo ainda, a lembrança de vários momentos pelas manhãs, quando eu lhe acordava pulando em cima da cama, e você me colocava de volta no chão.

Recordo-me das suas risadas, porque eu ficava magro e engraçado depois do banho.

Deixo-lhe como herança minha devoção, minha simpatia, meu apoio quando as coisas não iam bem, meus latidos quando você chegava… e minha frustração quando você brigava comigo.

Eu sei que nunca fui à igreja, mas mesmo sem haver falado sequer uma palavra em toda a minha vida, deixo para você meu exemplo de paciência, amor e compreensão.

Nunca esquecerei de você…”
(autoria sugerida: Frank Reichstein)