Cuidados com a saúde bucal dos cães

By Julio Fernandes on 18 de outubro de 2009

Frequentemente somos questionados em nossos consultórios sobre os cuidados com a saúde bucal de cães e gatos, mais especificamente sobre a importância e o controle do “tártaro”.

Mas o que é o tártaro? Na verdade, o tártaro é oriundo de um material pegajoso e amarelo que se deposita na superfície dos dentes (placa bacteriana ou biofilme) que sofreu um processo de mineralização, pela precipitação de sais minerais provenientes da saliva, sendo denominado de cálculo dentário.

O problema é muito mais sério do que as pessoas possam imaginar! Ele é apenas um sintoma da Doença Periodontal, doença essa a de maior prevalência na clínica de pequenos animais, que se caracteriza pelo seu caráter crônico.

Como o próprio nome diz, a doença acomete o periodonto, estruturas de suporte e proteção dos dentes. Ou seja, qualquer distúrbio nessas estruturas pode levar a danos que inviabilizem a manutenção do dente no alvéolo dentário.

Dentre os principais sintomas destacam-se: dor ao se alimentar, gengivite, mobilidade dos dentes, retração de gengiva, perda dentária, além dos principais sinais relatados pelos proprietários – halitose (mal hálito) e a presença dos cálculos dentários.

As alterações provocadas pela doença periodontal não se restringem à cavidade oral, mas sim inclui diversas alterações sistêmicas, tais como: doença renal (glomerulonefrite), doença hepática (hepatite), doença articular (poliartrite), doença cardíaca (endocardite bacteriana), além de relatos na literatura sobre meningite e discoespondilite.

Uma vez diagnosticada, o único tratamento efetivo é realizado pelo médico veterinário. Entretanto, para sua realização é necessário manter o paciente anestesiado durante todo o procedimento sob anestesia inalatória, pois permite maior segurança aos nossos pacientes, além de realizar o tratamento de maneira correta. O tratamento é complexo, e em diversas ocasiões, muitas extrações são necessárias. A simples retirada dos cálculos dentários com uma pinça, sob sedação, não permite a completa remoção de todo cálculo, mascarando as lesões.

Como vimos, muitas das alterações provocadas pela doença periodontal provocam graves sintomas nos animais, além da possibilidade de levar a lesões irreversíveis. Sendo assim, a única forma efetiva de tratamento é realizada em ações voltadas para a prevenção.

De nada adianta a realização do tratamento feito pelo médico veterinário, se o proprietário, peça fundamental, não participar ativamente do processo. Os animais devem ter seus dentes escovados, se não diariamente, pelo menos com um intervalo de três dias, com o intuito de evitar a formação da placa bacteriana.

O importante sobre a escovação dos dentes dos animais é sempre tornar agradável para seu animal. Nunca force uma escovação, isso pode estressá-lo e gerar algum trauma. Procure realizar o procedimento antes da atividade que seu animal mais goste, pode ser antes de um passeio ou ainda oferecer algum biscoito como prêmio!

O mais importante na escovação é a abrasão provocada pela escova e não a substância utilizada. Devem ser utilizadas escovas e pastas de dente apropriadas para os animais de companhia que são encontradas nos melhores pets shops. Ou seja, nunca devemos utilizar pastas de dente da linha humana nos animais, pois estas contêm sabões e flúor que podem provocar distúrbios gastrointestinais.

Encontramos, ainda, no mercado diversos objetos que são utilizados como coadjuvantes no controle da placa bacteriana, mimetizando o uso da escova. Porém, o proprietário deve tomar cuidado com produtos de baixa qualidade, pois podem causar intoxicação. Vale lembrar que ossos e outros objetos muito duros são contra-indicados devido à possibilidade de causar fraturas dentárias.

Grande abraço e até mês que vem!

O testamento de um cão

By Felipe Lopes on 18 de outubro de 2009

Boxer e dono
O testamento de um cão (foto: Brian Talbot / Flickr)

 

“Minhas posses materiais são poucas e eu deixo tudo para você…

Uma coleira mastigada em uma das pontas, faltando dois botões, uma desajeitada cama de cachorro e uma vasilha de água que se encontra rachada na borda.

Deixo para você a metade de uma bola de borracha, uma boneca rasgada que você vai encontrar debaixo da geladeira, um ratinho de borracha sem apito que está debaixo do fogão da cozinha e uma porção de ossos enterrados no canteiro de rosas e sob o assoalho da minha casinha.

Além disso, eu deixo para você a memória… que aliás são muitas.

Deixo para você a memória de dois enormes e meigos olhos, de uma caudinha curta e espetada, de um nariz molhado e de choradeira atrás da porta.

Deixo para você uma mancha no tapete da sala de estar junto à janela, quando muitas vezes eu me apropriava daquele lugar, como se fosse meu, e me enrolava feito uma bolinha para pegar um pouco de sol.

Deixo para você um tapete esfarrapado em frente da TV, o qual nunca foi consertado com o tipo de linha certa… isso é verdade. Eu o mastiguei todinho, quando ainda tinha cinco meses de idade, lembra?

Deixo para você um buraco que fiz no jardim perto da varanda da frente, onde eu enfiava a cara naqueles dias quentes. Ele deve estar cheio de folhas e por isso talvez você tenha dificuldades em encontrá-lo. Sinto muito.

Deixo também só para você, o barulho que eu fazia ao correr, quando íamos sair para passear.

Deixo ainda, a lembrança de vários momentos pelas manhãs, quando eu lhe acordava pulando em cima da cama, e você me colocava de volta no chão.

Recordo-me das suas risadas, porque eu ficava magro e engraçado depois do banho.

Deixo-lhe como herança minha devoção, minha simpatia, meu apoio quando as coisas não iam bem, meus latidos quando você chegava… e minha frustração quando você brigava comigo.

Eu sei que nunca fui à igreja, mas mesmo sem haver falado sequer uma palavra em toda a minha vida, deixo para você meu exemplo de paciência, amor e compreensão.

Nunca esquecerei de você…”
(autoria sugerida: Frank Reichstein)

Poodle caliente

By Fernanda Martins on 18 de outubro de 2009

Tenho um cão Poodle (macho), que tirei da rua prestes a morrer. Cuidamos dele até recuperar-se totalmente, e hoje é nosso companheiro amigo e fiel. Gostaria de saber se é normal dessa raça a excitação periódica. Ele “resolve o problema sozinho” mas é desagradável perto de outras pessoas. Como posso amenizar isso e como devo proceder?
Se puder ajudar agradeço desde já.

(Renato)

Olá Renato,

realmente essa “mania” nos causa muito constrangimento…

Para resolver este problema você pode usar florais de bach (para equilibrar o “ânimo”), pode adestrá-lo (o adestramento costuma resolver muito bem problemas comportamentais), pode procurar namoradas para ele (porém existe o risco do problema não se resolver ou mesmo piorar), ou pode optar pela castração (na tentativa de diminuir sua “virilidade” – geralmente dá bons resultados).

Sugiro que procure o veterinário que acompanha seu cão para que ele lhe apresente as melhores opções.